

Da parte dos pais, fica a incerteza de às vezes ser difícil perceber o que devem fazer. Uma marca deixada pela pandemia foi o ganhar de autonomia digital e de destreza tecnológica por parte das criança, a par com uma maior imersão dos ecrãs nas suas rotinas. As suas vozes são marcadas pela exaustão – de confinamentos, de tempo de ecrã, de pressões. As seis famílias relacionam-se com os ecrãs de modo distinto e, por isso, os seus perfis refletem diferentes abordagens em termos de apropriação e mediação na paisagem doméstica.

Este capítulo parte de entrevistas realizadas com as famílias desde o início da pandemia e procura perceber as dinâmicas e tensões à volta dos ecrãs num contexto doméstico de confinamento. De que modo a pandemia alterou a relação das crianças com os ecrãs em casa? Como é que os pais respondem, em termos de mediação, a tensões ou mesmo conflitos sobre essa utilização? As respostas são dadas por seis famílias com crianças até aos três anos que fazem parte do projeto Famílias iTec – um estudo longitudinal em curso que conta com a colaboração de 18 famílias com crianças de 0-8 anos, a viver em Portugal (n=16) e Inglaterra (n=2).
